quarta-feira, maio 10, 2006

Parir... mas onde?

Se viver em Portugal é cada vez mais difícil, agora até o simples acto de nascer está a ficar impossível. As maternidades fecham como se de canis se tratasse, porque estão a tornar-se incomportáveis para o orçamento do estado. Tal como fecham as empresas que buscam mão de obra mais barata em países de um ex-terceiro mundo.
Quem vive longe dos grandes centros urbanos, como Lisboa, Porto ou Coimbra, vê-se em palpos de aranha para dar à luz. Ou o faz em casa com a ajuda de uma “curiosa”, ou chama a ambulância que, consoante a disponibilidade, pode demorar ou não, e arrisca um percurso mais ou menos demorado até à próxima maternidade, aguente aí que só falta meia hora de caminho, ou vai parir a Espanha... Em vez de ter menino ou menina, tem niño ou niña, y olé! Quién sigue?
Conclusão: daqui a uns anos haverá muito boa gente que terá a nacionalidade portuguesa mas a naturalidade algures em Espanha. Será este o caminho para o iberismo?

Adenda: Ou terão os neo-natos e respectivas genitoras, direito a este presente...?

«Obviamente demito-o!»

Faz hoje 48 anos que um general "sem medo" o disse alto e bom som, para que o regime estremecesse nos seus fracos alicerces. Salazar não lhe perdoou a afronta e o resultado viu-se nas eleições presidenciais de 8 de Junho seguinte. Os eleitores, perante o resultado de uma das maiores fraudes eleitorais de que há memória, mais do que nunca sentiram-se vilipendiados, amordaçados, espezinhados. Esse longínquo 8 de Junho foi dia de festa e esperança... até à publicação dos editais. Foi um sonho colectivo deitado por terra, à conta das muitas chapeladas dos acólitos de S. Bento. Mas nem mesmo depois de o assassinarem em 1964, os abutres passaram a dormir descansados. A esses que a terra lhes seja bem pesada!
O 25 de Abril foi feito por capitães, mas houve um general que, com outros homens sem medo, também esteve lá.