"Amores desencontrados" ou "À falta de melhor..."
Tarde de domingo em Agosto. Quente, ensolarada, a convidar ao remanso após um sábado de praia deleitoso e blogo-construtivo. Num primeiro andar algures num dos bairros populares de Lisboa, L. toma migraleves e arruma a barriga (e o resto…) dentro dos boxers. Descalço, tronco nu, bigodes arreganhados e um resto de melena desgrenhada, esgalha uns piropos, sempre bem humorados, para remeter via “blog” às suas divas – antigas e actuais.
Do outro lado da praça, no entanto, está uma pobre órfã sem abrigo nem pão, carente de um colo que a embale, de um ombro que a segure e, se calhar, de algo mais que a conforte ou lhe encha as medidas… O sol escalda e ela sente, porque é filha de boa gente, os raios que não a partem mas lhe esturrricam a pele, apesar de naturalmente curtida. Uma lágrima teimosa, escorre-lhe dos olhos até à boca, e ela lambe-a para matar a sede.
De “post” em “post”, de “comment” em “comment”, L. retouça entre “blogs” completamente a leste do drama que se desenrola mesmo ali, a uns mal medidos dez metros de distância.
Arriscando uma corrida com as suas curtas perninhas, a donzela sai de sob o tridente do Neptuno, e abriga-se numa varanda. Lá em cima ouvem-se acordes de música árabe… Isso dá-lhe um pouco mais de ânimo e, em passo de dança do ventre, ousa invadir a íntima idade do moçoilo em “boxers” e tronco nu que, lá dentro, suava, suava, suava…
Entre um e outro migraleve, L. apercebe-se de um ligeiro e furtivo restolhar que lhe faz arrebitar a orelha e enviesar o olho. Por breves momentos julga ser uma aparição… Mas isso é pouco provável, pois ele não é pastorinho e muito menos cordeiro , e consta que em Agosto até as aparições vão a banhos.
Rosa – é tempo de dar um nome à nossa protagonista – fica deslumbrada com o que vê! Radicalmente consumida pelas chamas de uma paixão tão insensata como fulminante, baba-se toda perante L. Finalmente vê chegado o fim do seu infortúnio e da sua solidão. Mas, “hélas” (fica sempre bem um francesismo em histórias de amor…), o alvo do seu êxtase olha-a com desdém, menosprezando tão sublimes sentimentos.
Ao deparar com a intrusa, L. pega no pau mais a jeito, o da vassoura, e tenta expulsá-la do seu refúgio. Em vão. Rosa, mais rápida, esgueira-se para o quarto e, de cima da cama, provoca-o, ondulante. L. está quase a ceder aos seus masculinos instintos, mas no último segundo um resquício de pudor apodera-se de Rosa e fá-la esconder-se onde mais não seja vista.
Hoje vivem os dois de casa e pucarinho. Quando L. sai para o ganha-pão, Rosa abandona o seu buraquinho na parede e faz a lida da casa. Ao cair da tardinha recolhe ao seu abrigo, enquanto não ganha coragem para se dar, de patas e cauda, ao bem-amado. L. tresnoita insone, dedica-lhe poemas eróticos e definha. Rosa arredonda as formas e a saia, dorme descansada e espera…
Do outro lado da praça, no entanto, está uma pobre órfã sem abrigo nem pão, carente de um colo que a embale, de um ombro que a segure e, se calhar, de algo mais que a conforte ou lhe encha as medidas… O sol escalda e ela sente, porque é filha de boa gente, os raios que não a partem mas lhe esturrricam a pele, apesar de naturalmente curtida. Uma lágrima teimosa, escorre-lhe dos olhos até à boca, e ela lambe-a para matar a sede.
De “post” em “post”, de “comment” em “comment”, L. retouça entre “blogs” completamente a leste do drama que se desenrola mesmo ali, a uns mal medidos dez metros de distância.
Arriscando uma corrida com as suas curtas perninhas, a donzela sai de sob o tridente do Neptuno, e abriga-se numa varanda. Lá em cima ouvem-se acordes de música árabe… Isso dá-lhe um pouco mais de ânimo e, em passo de dança do ventre, ousa invadir a íntima idade do moçoilo em “boxers” e tronco nu que, lá dentro, suava, suava, suava…
Entre um e outro migraleve, L. apercebe-se de um ligeiro e furtivo restolhar que lhe faz arrebitar a orelha e enviesar o olho. Por breves momentos julga ser uma aparição… Mas isso é pouco provável, pois ele não é pastorinho e muito menos cordeiro , e consta que em Agosto até as aparições vão a banhos.
Rosa – é tempo de dar um nome à nossa protagonista – fica deslumbrada com o que vê! Radicalmente consumida pelas chamas de uma paixão tão insensata como fulminante, baba-se toda perante L. Finalmente vê chegado o fim do seu infortúnio e da sua solidão. Mas, “hélas” (fica sempre bem um francesismo em histórias de amor…), o alvo do seu êxtase olha-a com desdém, menosprezando tão sublimes sentimentos.
Ao deparar com a intrusa, L. pega no pau mais a jeito, o da vassoura, e tenta expulsá-la do seu refúgio. Em vão. Rosa, mais rápida, esgueira-se para o quarto e, de cima da cama, provoca-o, ondulante. L. está quase a ceder aos seus masculinos instintos, mas no último segundo um resquício de pudor apodera-se de Rosa e fá-la esconder-se onde mais não seja vista.
Hoje vivem os dois de casa e pucarinho. Quando L. sai para o ganha-pão, Rosa abandona o seu buraquinho na parede e faz a lida da casa. Ao cair da tardinha recolhe ao seu abrigo, enquanto não ganha coragem para se dar, de patas e cauda, ao bem-amado. L. tresnoita insone, dedica-lhe poemas eróticos e definha. Rosa arredonda as formas e a saia, dorme descansada e espera…