segunda-feira, outubro 11, 2004

Óbidos e não só


Uma saltada a Óbidos sabe sempre bem. Apesar de tão virada para o turismo (se calhar a única forma de sobreviver...) é agradável deambular por aquelas ruazinhas bordadas a buganvílias, barras azuis ou amarelas nas casas. Esquadrinhar cantos e recantos cheios de surpresas, do cimo da muralha espreitar a lagoa lá ao fundo ou a enigmática igreja do Senhor Jesus da Pedra. Sem pressas, sem compromissos, sem destino. Simplesmente devagarinhar. Para terminar no melhor de tudo: a fabulosa ginjinha!
No regresso, uma flor à minha espera aqui...

José Gomes Ferreira (II)



(Reportagem numa noite de festa dum santo qualquer de Junho)

Demagogia de balões.

Riscos de fogo a substituírem nos olhos
outros desenhos de entusiasmo.

Febre de gritos de todas as cores menos uma,
a esquecerem futuro naquela filarmónica a tocar.

Cortejo de maltrapilhos
com bandeiras ausentes
nas ruas da aceitação do sol pisado.

Canções que escorregam na noite
como o suor do silêncio...