Os debates eleitorais
Eles já andam por aí na “estrada”, qual volta a Portugal em bicicleta ou, em versão doméstica, rali Paris-Dakar.
Cada um tenta ser o melhor ou assim se mostrar ao povão dos votos. Agridem-se verbalmente, insinuam esqueletos no armário alheio, acusam quem lá esteve ou ainda está daquilo que fez e não fez. Cada um é o melhor vendedor do elixir milagroso, cada qual traz na manga a varinha mágica que da noite para o dia transforma o pântano pestilento em sedutor lago cristalino. E ainda a procissão vai no adro…
Tenho francamente pena dos candidatos que não cabem neste saco, e que têm, por força das regras do jogo, de alinhar ao lado ou à frente de quem nada respeita e se serve da argumentação chicaneira para puxar a brasa à sua rançosa sardinha. Porque quem vai de mãos limpas e cara levantada, não precisa de puxar coelhos da cartola. Tem do seu lado a força da razão, que afinal pouco monta no meio da arruaça em que se transforma, quase sempre, cada debate eleitoral.
O meu voto está decidido há muito tempo. Mais debate, menos debate, mais mercado, menos feira ou romaria, não o altera. Mas causam-me uma sensação de mal-estar todos esses entremezes em que há sempre quem deite o tempero de retinto mau gosto.
O meu voto está decidido há muito tempo. Mais debate, menos debate, mais mercado, menos feira ou romaria, não o altera. Mas causam-me uma sensação de mal-estar todos esses entremezes em que há sempre quem deite o tempero de retinto mau gosto.