sábado, outubro 02, 2004

Livros para crianças



1 + 1 = 2 boas ideias para as prendas de Natal das crianças do clã...

Esta cidade Lisboa



Quando comecei a descobrir a Lisboa "castiça", aquela que ainda tem vida própria, sem escritórios de grandes empresas nem centros comerciais, foi, entre outros, pela mão do Norberto de Araújo e das suas Peregrinações em Lisboa. Nessa altura eu trabalhava na Baixa e no regresso a casa, de Metro, afundava-me no volume então em leitura e sublinhava tudo o que me despertava interesse, não só para ver in loco, como também para aprofundar com outras leituras as pequenas coisas que me escapavam.
Passei a olhar para as ruas e casas com "olhos de ver", e comigo fui arrastando os amigos e o meu filho mais novo para deambulações por Alfama ou Mouraria, Madragoa ou Alcântara, Castelo ou Bairro Alto. Creio ter percorrido pedra a pedra todos esses lugares de gente ainda "viva" - embora em condições degradantes muitas vezes...
Bisbilhotei as vilas e bairros operários das zonas oriental e ocidental de Lisboa. Subi e desci ruas e travessas e becos, entrei em pátios, falei com as pessoas - na sua maioria idosas. Assisti com alguma expectativa à reabilitação de muitos desses bairros. Vi o Tejo do adro da Igreja de Santo Estêvão e os telhados do Martim Moniz do Largo da Rosa. Lugares, estes e outros, onde Lisboa nos entra nos olhos e na alma.
(Muitas vezes, a minha escassa hora de almoço - que eu, de moto próprio, esticava para além do permissível - era passada a calcorrear Alfama, Sé, Costa do Castelo, Mouraria, sempre de nariz no ar e máquina fotográfica em punho. Regressava sempre com uma melhor disposição para o trabalho e para aturar os efeitos do almoço do "chefe".)
Há um par de anos que não volto a esses lugares, mas sei que muita coisa está mudada e nem sempre para melhor. Por exemplo, o Pátio das Cozinhas, com com paineis de azulejo e umas belas figuras de convite, foi convertido em pousada! A reabilitação tão desejada ficou-se por pouco mais que obras de fachada e entulho nas ruelas, ou então por tranformação em apartamentos de alto preço. E os velhos se calhar já morreram sem ter tido a sorte de morar numa casa com condições de habitabilidade...
De qualquer modo, este blog despertou-me o apetite de lá voltar. Urgentemente.