segunda-feira, abril 11, 2005

(In)competências



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Há pouco, numa qualquer série televisiva, dou com este mimo de legendagem: sangue zero negativo em lugar de sangue (tipo) O (Rh)-. Não faço a mínima ideia de quais as habilitações linguísticas de quem faz estas traduções e menos ainda de quanto lhe pagam. Mas será exigir muito que o trabalhinho seja escorreito? Que culpa temos nós que não tenham aprendido como deviam e nos babujem com asnices destas e outras ainda piores? Ou será este o pretexto para nos impingirem séries e filmes estrangeiros “dobrados” em português?

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Mas os verdadeiros incompetentes, aqueles que nos desmandam bem como à nossa economia, esses assumem um aspecto muito mais suave, delicodoce, paternalista, tipo “o-que-estou-a-fazer-ou-a-dizer-é-só-para-teu-bem…”.
Na verdade, são aterradores, sinistros, verdadeiros abutres de méritos alheios. Acéfalos por formação, mesquinhos por interesse, eles próprios vampirizados, apenas tomam consciência da sua mediocridade quando são confrontados com ela. Sacodem-se, incomodados, se alguém com neurónios activos lhes fala frontalmente ou tem a coragem de tomar partido, de ser solidário. Insinuam, ameaçam, tramam em câmaras escuras as teias em que se enredam e em que tentam apanhar quem não lê pela sua cartilha.
Fâmulos de suas santidades Euro I, II ou III, ou de outros (ou outras…) euros, que prodigamente lhes engordam os bolsos e as contas bancárias, nem se apercebem da sua condição de paus-mandados para mexer a lama em que se atulham a bel-prazer.
No entanto e apesar de aparentemente unidos entre si, como os eunucos do Zeca Afonso não hesitam em devorar-se uns aos outros quando a alcatifa lhes foge de debaixo dos pés…
(para continuar ao sabor dos acontecimentos...)

Património "invisível"

Também por aqui já se vai reparando nisso. Óptimo, a ver se assim se resguarda a memória de artes e artesãos.

Olhando e vendo

Em Lisboa, Bairro da Bica

Em Lisboa, Freguesia de Santa Isabel

Em Montemor-o-Novo, freguesia de Nª. Srª. da Vila