Apelos a contrapelo

Em tempos, num post que está aí algures, eu disse que não me envolveria em qualquer tipo de polémica, querela ou pendenga aqui, na blogosfera. Isto muito simplesmente porque reconheço o direito à diferença de opiniões e respeito-o. Além disso, por escrito parece-me sempre mais difícil alimentar uma saudável discussão sem descair para o dize-tu-direi-eu apenas para marcar posição ou demarcar de alheias posições. E também porque, talvez por preguiça minha, prefiro os debates de viva voz, sem o inconveniente do post-de-hoje-com-comentário-de-amanhã-e-por-aí-fora. Mas ninguém diga que dessa água não beberá, pois a sede quando nasce é para todos. E assim, também eu fui a esse pote…
Daí não ter ficado minimamente incomodada com isto e mais isto, o que é evidente na resposta que dei, nem esperar tão-pouco que fosse dar azo a outras manifestações. Cada um dirá o que bem lhe passe pela cabeça, exporá como melhor lhe aprouver as ideias que lhe ocorram, e eu cá me fico no meu cantinho lendo e tirando as minhas ilações. Pois se a uns o romantismo já abandonou, e agora assentam as botas no chão com a força das suas convicções, outros ainda sonham alto, inventando reinos de utopia, com voos de pardal irreverente. Uns e outros têm as suas razões, que não são a meu ver incompatíveis, nem correm em sentidos opostos. Antes se completam, se todos o quisermos e entendermos como tal.

Resguardem-se as velhas amizades. Com as diferenças que os percursos de cada um foram desenhando.