sexta-feira, janeiro 14, 2005

Amauri Tangará

.Um baú, uma mala e uma cadeira dão cor ao palco onde o actorm Amauri Tangará desenvolve as suas personagens

"Cafundó - onde o vento faz a curva" é uma comédia invulgar que remonta a vários cantos do mundo para contar as mais estranhas histórias, lendas, rituais, «festanças religiosas», apresentados numa verdadeira "roda de prosa".

Aqui ele é um “contador de causos” e aborda mitos, lendas e tradições do Pantanal brasileiro, passando em revista o imaginário cultural do interior do país. Nesta comédia ele traz para cima do palco uma arca de onde vai extraindo as vestes que fazem cada um dos personagens que nos dá a conhecer. E á medida que vai trocando estas vestes por outras, é numa corda atravessando a cena de um lado ao outro, que as pendura, a tal ponto que, no final, o palco parece um arraial sanjoanino!
As suas andanças pelos mundos que vai conhecendo, motivaram alterações à "conversa" original – porque se trata de uma conversa do actor com o público - de tal modo que da duas vezes que o fui ver, com um intervalo de cerca de ano e meio e ambas em Portugal, o espectáculo foi sempre uma novidade, e isto também pela forma como ele interage com os
espectadores. O licor de piqui, servido nos únicos sete copos existentes e que vão passando de mão e mão, é um pretexto para uma cavaqueira, outros contares de causos, e em que pela primeira vez eu ouvi falar da ida d’”O Bando” ao interior do pantanal, ás aldeias esquecidas, e também da profunda ligação que o Amauri criou com Portugal.