Os Alentejos visitados
Uma visita detalhada a Arraiolos, a vila azul.
Entretanto o tempo turva-se, caem uns chuviscos, e Igrejinha... uma aldeia, não pode mostrar-se no seu brilho policromático.
A barragem do Divor já vai mostrando um nível de águas razoável... Tinhamos no roteiro "turístico" uma referência ao Castelo do Mau Vizinho ou da Pontega, ali já a 4 km de Igrejinha. A caminho de Azaruja, para trás e para a frente, e castelo... nada! Nova consulta ao "GPS" e o dito fica dentro de uma herdade. Portão aberto, entramos meio desconfiados, fazemo-nos ao caminho de lama e de jipes. Adiante, e sem castelo no horizonte, o monte apinhado de gente e cavalos em ar de regresso de caçada grossa. Olho desconfiado em cima do Punto, ninguém se afasta que "isto aqui não é o da Joana", mas lá se consegue romper caminho... até uns 50 metros adiante. Porque do castelo, nem uma pedra! Tornamos à estrada, orelha murcha, mais ainda por só nos vermos rodeados de vedações de arame, como num campo de concentração. Alentejo privatizado em zonas de caça associativa?
A impressão é reforçada com outra baldada visita ao Solar da Sempre Noiva. Os mesmos arames, a mesma procura por caminhos do demo, e como resultado um belo palacete de portões fechados. Uma matilha de rafeiros alentejanos rosna por trás das grades e mostra uns caninos ameaçadores. Até a caseira, obediente às patronais ordens, quando perguntada se podemos assomar ao pátio para ver melhor as janelas manuelinas, responde com um áspero e definitivo NÃO! Irra, que já é azar...
Resta-nos rumar a Graça do Divor, onde um acolhedor madeiro fumega no largo...
Mas regresamos a casa com uma pergunta (im)pertinente: de quem é afinal o Alentejo e os seus monumentos?