quinta-feira, novembro 04, 2004

Eugénio de Andrade



As Cegonhas

As cegonhas,
Trazem o adro,
duas casas, ou três, se forem brancas,
a torre onde pousavam

lentas, eu tinha então
a idade das amoras,
o sol sufocava sobre a boca,
lembras-te? ou o peso doutra boca,
doutra razão, já não sei,
corria à pedrada
os cães de que tinhas medo,
e fugia de ti para afagar
em segredo
o baiozinho que então namorava.

Elefantes...



...só cor de rosa!

Estremoz



Decididamente tenho que a revisitar quanto antes, porque as aliciantes pistas que o Zedtee aqui vai semeando andam a fazer-me pular o pé para lá.
E a exposição do Carlos Alves na Casa do Alentejo também não irá falhar e de lá trarei o catálogo com as fotos. Contem comigo.

Quarta redacção da Guidinha

Isto cá pelo bairro continua tudo de mal a pior porque o pessoal já não anda só farto de apanhar com o tal senhor Lopes mas agora também tem andado a ver em que param as modas no outro bairro lá mais adiante que é o do pessoal que tem munta papel e que é por assim dizer o que manda na gente e que aqui há uns tempos lhe deu na mona que havia um esconderijo de armas assim a atirar para o perigoso num outro bairro mas de barracas que há do outro lado da estrada e vai daí meteram-se todos nos alfas e nos mercedes e desataram a arrebanhar a malta dos outros bairros aqui à volta que esses até de bicicleta foram só para ganhar uns tustes a mais e afinal não encontraram nada que se aproveitasse parece que só viram umas fisgas e uma pistola de fulminantes mas mesmo assim desataram à mocada na maralha lá do tal bairro de barracas e dizem que até prenderam o chefe deles que era um gajo bera como a ferrugem e agora andam todos a ver quem é que fica a chefiar o bairro e todos os dias há barbuda e das grandes porque o pessoal lá das barracas não quer lá os que não são de lá e os que não são de lá dizem que ou aquilo se atina ou dali não saem dali ninguém os tira e o que eu sei é que cá do meu bairro também foi o guarda nocturno que é o senhor Apolinário que até é coxinho da perna direita mas que sabe dar uns carolos à maneira e uns dizem que ele não devia ter ido que não ia lá fazer nada e outros até acham bem e como já ninguém se entende agora ainda por cima temos que gramar com a nomeação para chefe do tal bairro da malta do papel que há uns querem que seja o mesmo que armou aquele sarilho todo que é o senhor Bruxo e outros acham que deve ser o senhor Quérrido para ver se se acaba aquela fantochada toda e eu cá para mim acho que entre um e outro venha o diabo e escolha ou então do mal o menos que fique o senhor Quérrido que pelo menos não tem cara de parvo como o senhor Bruxo e levei tanto tempo a escrever esta redacção que o senhor Bruxo já foi outra vez nomeado para chefe lá do bairro dele e há malta que ficou chateada pra burros e outra que até parece o elefante a tocar a sineta depois de ter apanhado uma moeda e eu fico-me por aqui porque parece que a redactora-chefe está um bocado a atirar para o preocupado e antes que me corte a palavra reticências

Viktor Reis



Um sol em forma de flor e o calor de um abraço. Solidários sempre. No mundo virtual e no real. Sem lágrimas, mas com desconforto na alma.