VEMOS, OUVIMOS E LEMOS
"cumpridos os deveres compridos deixaram
de assediar minhas horas
doce a liberdade retoma em si minha leveza antiga"
Sophia de Mello Breyner
quarta-feira, dezembro 08, 2004
Segurança, para que te quero?
Devo confessar o meu absurdo preconceito acerca de certas profissões e de quem as desempenha. Aos "seguranças" em geral tenho então verdadeira mala-pata. Porque muitos deles são arrogantes, senhores-de-todo-o-poder-dentro-de-uma-farda, persecutores implacáveis de quem não lhes cai no goto.
No entanto, acabando de ler isto e mais isto fico com a forte sensação de que o meu preconceito não é assim tão descabido. Porque, como frequentadora de espaços como o referenciado, não posso deixar de me sentir verdadeiramente indignada como também... pouco segura!
Parágrafo intermédio mas indispensável (ou o meu próprio "contraditório"): um dos meus filhos já foi segurança, tenho amigos que o são, e aqueles com quem trabalhei nunca me deram a mínima razão para que os envolva no que acima ficou dito.
No entanto, acabando de ler isto e mais isto fico com a forte sensação de que o meu preconceito não é assim tão descabido. Porque, como frequentadora de espaços como o referenciado, não posso deixar de me sentir verdadeiramente indignada como também... pouco segura!
Florbela Espanca
(Alguém lembrou por aqui o aniversário da morte de Florbela)
Tarde de mais...
Quando chegaste enfim, para te ver
Abriu-se a noite em mágico luar;
E para o som de teus passos conhecer
Pôs-se o silêncio, em volta, a escutar...
Chegaste, enfim! Milagre de endoidar!
Viu-se nessa hora o que não pode ser:
Em plena noite, a noite iluminar
E as pedras do caminho florescer!
Beijando a areia de oiro dos desertos
Procurara-te em vão! Braços abertos,
Pés nus, olhos a rir, a boca em flor!
E há cem anos que eu era nova e linda
E a minha boca morta grita ainda:
Porque chegaste tarde, ó meu Amor?!...