Visita de veterinário
Hoje veio cá a casa um senhor fazer uma visita de… veterinário. Dois dos gatos andam mal da tripa e, na impossibilidade de meter o patriarca desta família felina, ancião de dezoito anos, dentro do respectivo meio de transporte, veio a montanha a Maomé. Ou seja, veio o médico ao domicílio. Coisa desusada nos dias de hoje.
A minha experiência em relação a esta classe profissional (minha, porque os animaizinhos não vão sozinhos à consulta nem sabem queixar-se das maleitas que os afligem), desde que ultrapasse as meras vacinas, tem-se saldado sempre pela negativa. Consultórios-lojas onde se vendem rações, trelas, coleiras, brinquedos, casotas, e tudo o mais que a imaginação nos possa ditar, e onde a criatura de quatro patas, um par de asas ou pele escamosa, é mui digna e pernósticamente tratada pelo nome próprio, seja o vulgar Tareco ou o sofisticado Muffy. Ao dono cabe pagar, por vezes a peso de ouro, a consulta, trazer a peso de platina os medicamentos e as rações especiais, e “o Sarapico tem que cá voltar dentro de duas semanas”. Palavra que gosto mesmo muito dos bichinhos, mas não exageremos! E isto quando não diagnosticam correctamente a maleita do bicho e dois dias depois ele morre…
Por isso me agradou particularmente o Dr. L., que hoje passou por cá. Observou e medicou os bichos com carinho q.b., mas principalmente foi bastante terra-a-terra com os donos, sem impingir a ração XPTO ou as gotas QWERTY. Pelo meio, conversa sempre a propósito, sobre bestas e homens, que se prolongou por mais uma boa meia hora. Falámos de tudo um pouco, desde os conhecimentos comuns a mais elaborados temas de cultura geral. Ficámos amigos.
A minha experiência em relação a esta classe profissional (minha, porque os animaizinhos não vão sozinhos à consulta nem sabem queixar-se das maleitas que os afligem), desde que ultrapasse as meras vacinas, tem-se saldado sempre pela negativa. Consultórios-lojas onde se vendem rações, trelas, coleiras, brinquedos, casotas, e tudo o mais que a imaginação nos possa ditar, e onde a criatura de quatro patas, um par de asas ou pele escamosa, é mui digna e pernósticamente tratada pelo nome próprio, seja o vulgar Tareco ou o sofisticado Muffy. Ao dono cabe pagar, por vezes a peso de ouro, a consulta, trazer a peso de platina os medicamentos e as rações especiais, e “o Sarapico tem que cá voltar dentro de duas semanas”. Palavra que gosto mesmo muito dos bichinhos, mas não exageremos! E isto quando não diagnosticam correctamente a maleita do bicho e dois dias depois ele morre…
Por isso me agradou particularmente o Dr. L., que hoje passou por cá. Observou e medicou os bichos com carinho q.b., mas principalmente foi bastante terra-a-terra com os donos, sem impingir a ração XPTO ou as gotas QWERTY. Pelo meio, conversa sempre a propósito, sobre bestas e homens, que se prolongou por mais uma boa meia hora. Falámos de tudo um pouco, desde os conhecimentos comuns a mais elaborados temas de cultura geral. Ficámos amigos.
É que este senhor, além de professor na Escola de Medicina Veterinária, é mestre na arte de viver e conviver.