«Obviamente demito-o!»
Faz hoje 48 anos que um general "sem medo" o disse alto e bom som, para que o regime estremecesse nos seus fracos alicerces. Salazar não lhe perdoou a afronta e o resultado viu-se nas eleições presidenciais de 8 de Junho seguinte. Os eleitores, perante o resultado de uma das maiores fraudes eleitorais de que há memória, mais do que nunca sentiram-se vilipendiados, amordaçados, espezinhados. Esse longínquo 8 de Junho foi dia de festa e esperança... até à publicação dos editais. Foi um sonho colectivo deitado por terra, à conta das muitas chapeladas dos acólitos de S. Bento. Mas nem mesmo depois de o assassinarem em 1964, os abutres passaram a dormir descansados. A esses que a terra lhes seja bem pesada!
O 25 de Abril foi feito por capitães, mas houve um general que, com outros homens sem medo, também esteve lá.
2 Opiniões:
Não vivi esse tempo, mas gabo a forma ingénua, como o assunto retartado por vós. Embora "sabendo" as limitações de informação na altura, o grito foi dado nas eleições? sempre ouve eleições. O papa dizia, primeiro acaba o curso, depois falamos. Depois vinha o bom emprego. Se não é o povo, aquilo que o povo, os soldados do ultramar, transmitiram aos oficiais, do ultramar, aos gajos da sua idade, nesse mundo em mudança, teria sido porventura com sangue.
Faço parte do sistema, vivo dele durante vinte anos, sou cego durante trinta anos, fecho os olhos, faço vista larga a todas as atrocidades e mortes que aconteceram. Depois um dia fico chateado, e penso que é a minha vez? Ná. Ao tempo, admito coragem, mas não será um idolo pra mim.
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