segunda-feira, dezembro 20, 2004

Velhos amigos



Meu querido amigo João:
Motivos da não comparência na pouco convencional convenção perfeita e completamente compreendidos. Somos um pouco como estes cactos... Da tua timidez não estou assim bem recordada. Da minha sim, que tem dias em que ataca um bocado mais forte. Mas até essa consigo debelar com uma dose de "lata" bem aviada, e o resto corre por si. Ou seja, o arranque é que custa, depois de ganhar embalagem é só ir em frente, metendo uma segunda de vez em quando para acautelar estampanços.
E revermo-nos em tête-à-tête ou face-to-face, a música já será outra, desde jazz a violinos, e por essa é que acertaremos o passo. Sem celebrações (um copo beberemos de certeza à nossa rica saudinha!), sem lacrimejantes nostalgias, mas com um prazer enorme por nos revermos, a contar a rugas e cabelos brancos de cada um, os quilos e os pneus a mais, a decifrar de que maneira chegámos cá. Com a serenidade acrescentada pelos anos, mais a alegria que sempre marca encontros destes, daremos o abraço imprescindível com largo riso desatado, palavra solta, olhar radiante.
Até esse dia, um beijo de sol.

"Vimieirando"



A fotografia foi surripiada ao Victor (porque carga de água eu não consigo lá deixar comentários?...) que, tal como o Carlos e não só, contam tudo o que se passou, tim por tim, em narrativas com ventos da "infanta planura" e cheiros de poejo e mentastros. Se os estômagos vieram repletos de divinais iguarias e baquianos néctares, os corações trouxeram novos afectos, entretanto aquecidos por notas concertadas no piano da casa.
E da direita para esquerda, em jeito de escrita árabe, está o Francisco, a Teresa que cuida das bonitas flores que a Oficina nos oferece, o Fernando que diz que não bloga porque eu não o deixo, o Luis Ene que trouxe com ele a linda Laurinha, o Alfredo, a Helena, o casal Gonçalves, outro Victor e a Ana, a escriba destas linhas, um Anarca felizmente nada constipado, o nosso pianista, o anfitrião sempre alentejanando, o Pedro e um Domingos Albardeiro.
Com estes se fez a festa, nada convencional, e que deitou semente à terra, tal como também consta dos anais desta Torre que, não sendo do Tombo, guarda memória dos acontecimentos.
Adenda:
A Ana publica no blog do marido Victor uns contos belíssimos, que assina sempre com Ana e link para endereço de mail (anamar@yahoo.co.uk). Fica o esclarecimento, com pedido de desculpas à Ana pela confusão criada pelo tal "Pintor"...