domingo, setembro 11, 2005

Eugénio de Andrade




As primeiras chuvas


As primeiras chuvas estavam tão perto
de ser música
que esquecemos que o verão acabara:
uma súbita alegria,
súbita e bárbara, subia e coroava
a terra de água,
e deus, que tanto demorara,
ardia no coração da palavra.

Há festa na "aldeia"



A festa popular com todos os ingredientes para atrair visitantes e obrigar a levantar os rabos dos assentos diante da televisão. Música, bailarico, foguetes, procissão e fanfarra dos bombeiros. Artesanato, farturas, balões, brinquedos. Iluminação a preceito, mais música, petiscos, vinhos e cerveja. Em calhando, a GNR dá um pezinho de dança e tiros para o ar, a fim de refrescar conversas mais acaloradas. E tudo aqui mesmo ao pé da porta, logo ao virar da esquina.
Ritual de todos os anos, tradição que ninguém se lembra de onde vem, nem a santa se importa. Pretexto para folia sem despesas de monta, o pão e o circo cá da terra. Onde também vou de bom grado, nem que seja para comer uma fartura ainda quentinha!

Respondendo ao inquérito (lá terá que ser...)

Ai, Plasticina, que temos umas contas a ajustar... Mas lá vai disto:

CINCO COISAS DE QUE NÃO GOSTO:
– de grão e feijões
– de cobras
– da estupidez mascarada de esperteza
da falta de civismo
da pintura do Salvador Dali
(e de muitas mais coisas que não cabem aqui)

CINCO COISAS DE QUE GOSTO BASTANTE:
– da família-amiga e dos amigos-família
– de boa música
– de “descobrir” lugares
– de gatos
– de sopas e descanso
(e não só...)

CINCO ÁLBUNS:
– Simone
– Chico Buarque
– Jacques Brel
– Simon & Garfunkel
– Gaiteiros de Lisboa
(posso dizer todos?)

UMA MÃO CHEIA DE MÚSICAS:
– Prelúdio à sesta de um fauno (Debussy)
– Xerazade (Rimsky-Korsakov)
– Peer Guint (Grieg)
– Concerto nº. 5, Beethoven
– Meditação de Thaïs (Massenet)
(e ainda faltam tantas...)

PASSO O TESTEMUNHO A:
E porque tem que ser, venham mais cinco - Sónia, Luís (depois da tese…), João, e Manel.

(Uff!!!! Desta já me safei!... Quem vier atrás que feche a porta!)