terça-feira, agosto 24, 2004

Bingo!

Parece incrível, mas acontece todos os dias a quem tem a triste ideia de meter por estradas suburbanas sem as conhecer. É bem feito! Quem nos manda viver fora das grandes urbes? Ou sair da nossa “aldeia” para ir, mesmo que por obrigação, à “aldeia” do vizinho? Com o preço a que está a gasolina, porque não fica cada um em sua casa, sossegadinho, a ver os Olímpicos na TV?
Pois é, quem quiser ir das bandas de Sintra para as bandas de Carcavelos, mete-se numa aventura e peras. As estradas já são estreitas demais para a reprodução sem qualquer espécie de controlo de tudo o que se assemelhe a indústria - grande ou pequena -, comércio – médio ou assim-assim -, mais estaleiros de obras, urbanizações encavalitadas, e mais o que nem ao diabo lembraria.
O traçado rodoviário principal é praticamente o mesmo de há cinquenta anos, o estado do piso um pouco mais jovem, aí uns trinta... As obras de alteração, de manutenção, ou de tirar a paciência do cidadão, essas parecem nunca ter fim. Desdobram-se os novos arruamentos para acesso aos novos bairros, com novas rotundas. Desvia-se o trânsito, caótico e lento pois claro!, porque, porque, porque. Sinais de direcção ou de informação toponímica parecem ter desaparecido do mercado. Navega-se por instinto, confiando unicamente num sentido de orientação que definha à medida que o traçado das “veredas”, caprichosamente desenhadas, ondula de norte para sul, de este para oeste. Quando menos se espera já se está em Oeiras!
E aí se vai andando, andando, sempre à espera da próxima bola a sair do saco, ou seja, do próximo cruzamento sem qualquer tipo de indicação. E as estraditas à espera do nosso desnorte, matreiras.
Batemo-las todas, sem falhar uma! Cartão cheio! BINGO!

A sobrinha-neta

Uma Martocas ainda mal chegada a este mundo e já tão surpreendida...
(Maio de 2003)