Felizmente que desde há uma meia dúzia de anos não tenho que lidar com este tipo de “literatura”. Mas acho que me desmancharia a rir na cara fosse de quem fosse quando topasse com esta chalaça demagógica em forma de Diário da República, verdinho ervilha ou alface, para comemorar o dia de uma coisa de cuja existência não se dá conta: desburocratização. O que é isso?
Sempre que entramos numa repartição pública seja em Lisboa ou Vila Nova de Santa Parvalheira, regra geral deparamos com pessoas super-atarefadas andando de algures para nenhures, atafulhadas de resmas de papel, entretanto já preenchidos ou a preencher pelos utentes, aguardando superior e douto despacho e deferimento por quem de direito. Requerer uma caganifância qualquer sempre devidamente emoldurada entre o “requer a Vexa se digne” e o “pede deferimento”, em original e mais duas vias? Exigir, por “dá cá aquela palha”, requerimentos, certidões, atestados, tudo devidamente selado e autenticado? Deparar a cada passo com serviços sobrecarregados porque deveriam há muito ter sido descentralizados? Tudo isto existe, tudo isto é triste, mas não é fado.
Ora empreguem melhor esse dinheiro da tinta verde, que sai dos nossos bolsos, e deixem-se de parvoíces!
ADENDA: Mais uma acha para esta fogueira no
Adufe.