A Maria João
Já não nos víamos há quase quarenta anos. Andámos juntas no colégio, na Amadora, do 3º. ao 5º. ano. Como morávamos ambas para as bandas do Cacém e da Rinchoa, tornamo-nos inseparáveis, amigas íntimas, unha com carne. Era um tempo de crescimento, de descoberta, de partilha. Das amizades e das confidências. Do "gosto" e do "não gosto". Dos namoricos. Das cumplicidades. Dos sonhos e das ilusões. Discutimos, zangámo-nos e fizemos as pazes dezenas de vezes.
Acabado o tempo do colégio, continuamos a encontrar-nos sempre que podíamos, a ver se não perdíamos os antigos elos. Casámos, tivemos filhos, e inevitavelmente cada vida seguiu o respectivo rumo. A espaços cada vez mais largos, íamos sabendo uma da outra, imaginando um reencontro, o contar de histórias acumuladas durante tantos e tantos anos. Revermo-nos, rirmo-nos das nossas criancices, recordar as paixonetas dos quinze anos, as colegas perdidas no tempo...
E de repente, hoje demos uma com a outra. Sem esperar nem combinar. Abraçámo-nos, pulámos, rimos que nem umas tontinhas. E o que falámos! E o que ficou por dizer!... Claro que temos que nos ver mais vezes e desatar a conversa à volta de uma bica, de um chá ou de outro pretexto qualquer para sentarmos a nossa provecta idade e regressar, por momentos, aos voos da adolescência.
2 Opiniões:
Esses encontros são fantásticos. :)
Devemos andar pelo mesmo número de Primaveras... e encontros desses são anos de vida!
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