sábado, outubro 16, 2004

José Fanha



De repente


Olho para ti.

De repente és água
ou fonte
ou pedra.

De repente nuvem.

De repente rodopias
ao som
de valsas muito antigas
e encostas
a tua aventurosa timidez
a uma parede
de vento.

Olho para ti.

De repente
o azul incendiou-se.

De repente.