Um certo Alentejo
Mal o sol arredonda a friagem da noite,
despontam um a um, rés às paredes das casas.
Nos bancos do largo, pontualmente nos mesmo lugares,
Nos bancos do largo, pontualmente nos mesmo lugares,
juntam-se como gatos em assembleia, desfiando a espuma
dos dias como quem já nem espera, e separando
os raios de sol com o olhar de quem já tudo viu.
Dissecam as palavras mansamente, com o cuidado
Dissecam as palavras mansamente, com o cuidado
de quem retalha o pão de cada dia. Longe vai o tempo do
cante, que as gargantas, mais que as almas, perderam as asas.
Quando o dia conjuga o seu último tempo, andarilham
Quando o dia conjuga o seu último tempo, andarilham
os passos de tactear as mesmas pedras que, desde a infância,
os tratam por tu. Mais que os sentidos, é a usança
que os norteia de volta às telhas ancestrais.
Voltarão amanhã, ou talvez não...
Voltarão amanhã, ou talvez não...
4 Opiniões:
Querida Margarida. Cada texto teu é um encantamento para quem o lê. Um beijo.
Meu caro Victor, muito obrigada pelo apreço. Um abraço.
O Victor já disse tudo :-)
A Margarida está a fazer deste blogue uma casa muito engraçada.
Parabéns!
Um abraço,
Francisco Nunes (Planície Heróica)
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