sexta-feira, dezembro 09, 2005

Aguinaldo Fonseca (Cabo Verde)


Mãe negra

A mãe negra embala o filho.

Canta a remota canção

Que seus avós já cantavam

Em noites sem madrugada.

Canta, canta para o céu

Tão estrelado e festivo.

É para o céu que ela canta,

Que o céu

Às vezes também é negro.

No céu

Tão estrelado e festivo

Não há branco, não há preto,

Não há vermelho e amarelo.

- Todos são anjos e santos

Guardados por mãos divinas.

A mãe negra não tem casa

Nem carinhos de ninguém...

A mãe negra é triste, triste,

E tem um filho nos braços...

Mas olha o céu estrelado

E de repente sorri.

Parece-lhe que cada estrela

É uma mão acenando

Com simpatia e saudade...

2 Opiniões:

Anonymous Anónimo opinou...

Obrigado pelo poema!

sábado dez. 17, 03:22:00 da tarde  
Anonymous Anónimo opinou...

Olha...eu sou brasileira...e estou fazendo um trabalho sobre cabo verde...
na boa...eu gostei muito desse seu poema...é muito interessante...todos aqui gostaram...e colocamos até como tema do nosso trabalho...

terça jun. 06, 08:38:00 da tarde  

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