Por acaso e ao acaso em Campo de Ourique
Nos velhos(íssimos!) tempos do IIL era frequente passar por lá, mais que não fosse para estudar em grupo no Canas, no Gigante ou na Tentadora. Outras incursões não eram necessárias nem havia muito tempo para elas.
Bastante mais tarde, e mais pelo prazer da descoberta que por dever de ofício, encontrei-me de novo com o bairro. Muito certinho, muito ortogonal, dir-se-ia pombalino, não fosse saber-se que em tempos do Marquês a cidade acabava muito aquém e que por lá se pastoreava gado entre bucólicos olivais.
A sua urbanização, como prolongamento da cidade que começava a transbordar, inicia-se no último quartel do séc. IXX, por iniciativa de Ressano Garcia, jovem engenheiro-chefe da Repartição Técnica da CML. Assim, o bairro apresenta ruas largas para a época, perspectivando logo a existência de canalizações, e permitindo igualmente, anos mais tarde, a circulação de carros eléctricos, a colocação de postes de electricidade e do telefone. O seu crescimento já no dealbar do séc. XX, trouxe-lhe a mais-valia de alguns edifícos "arte-nova" e "art-deco".
Veio a ser maioritariamente habitado por famílias oriundas da média burguesia, não enjeitando os anteriores habitantes das casinhas velhas e modestas, com os seus quitalinhos de mangericos e limoeiros. Tudo coube e soube conviver no novo subúrbio, criando hábitos, tradições, raizes, identidade.
Que hoje se mantém, quando alguém oriundo do sítio, diz com orgulho: "Sou de Campo d'Órique!"
Bastante mais tarde, e mais pelo prazer da descoberta que por dever de ofício, encontrei-me de novo com o bairro. Muito certinho, muito ortogonal, dir-se-ia pombalino, não fosse saber-se que em tempos do Marquês a cidade acabava muito aquém e que por lá se pastoreava gado entre bucólicos olivais.
A sua urbanização, como prolongamento da cidade que começava a transbordar, inicia-se no último quartel do séc. IXX, por iniciativa de Ressano Garcia, jovem engenheiro-chefe da Repartição Técnica da CML. Assim, o bairro apresenta ruas largas para a época, perspectivando logo a existência de canalizações, e permitindo igualmente, anos mais tarde, a circulação de carros eléctricos, a colocação de postes de electricidade e do telefone. O seu crescimento já no dealbar do séc. XX, trouxe-lhe a mais-valia de alguns edifícos "arte-nova" e "art-deco".
Veio a ser maioritariamente habitado por famílias oriundas da média burguesia, não enjeitando os anteriores habitantes das casinhas velhas e modestas, com os seus quitalinhos de mangericos e limoeiros. Tudo coube e soube conviver no novo subúrbio, criando hábitos, tradições, raizes, identidade.
Que hoje se mantém, quando alguém oriundo do sítio, diz com orgulho: "Sou de Campo d'Órique!"
2 Opiniões:
Este post é mais um dos que sublinha a qualidade do blogue.
As imagens poderiam ser reproduzidas em "A Aldraba", com um texto adequado ao facto daquele blogue ser de uma associação, reflectindo as preocupações da sua direcção e dos seus associados, por esta ou pela ordem inversa, tanto faz.
É que o património mostrado, que o olhar atento revela, é tão belo que merece ser partilhado com quem procura notícias, objectivos, imagens...ao clicar no endereço da "Aldraba". Pode ser?
Beijinho
Luís
Pois, que coincidência, também andei no IIL e também frequentei os mesmos cafés aqui referidos. Foi um acaso por lá não nos termos encontrado (se calhar encontrámos mas como nessa altura não havia blogues nem Aldraba...). Depois continuei a bater Campo de Ourique anos a fio porque a minha irmã (mãe substituta) morava na Rua Coelho da Rocha (pertinho da casa que foi habitada por Fernando Pessoa) até lá morrer, deixando-me uma dor funda associada a esse bairro... Obrigado por me ajudares, em boas imagens, a rever aquele bairro - um bairro que amei e onde sofri a minha maior perda. Entretanto, um dia destes explicas-me que raio de Século IXX é esse de que falas. Beijo amigo. João Tunes
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