quarta-feira, julho 06, 2005

Cultura para que te quero?


Somos uns felizardos! Arrotamos cultura por todos os poros, nem damos vazão à quantidade de espectáculos, exposições, concertos, que todos os dias enxameiam este país, desde as grandes cidades ás mais recônditas aldeias. Escolas, salas de espectáculo, galerias de arte, então, até extravasam os limites das povoações, de tantas e tão descomunais. E bem conservadas, fruto do empenho cuidadoso de governantes nacionais ou locais. Não há cidadão algum que não tenha quem lhe dance em exclusivo um “pas de deux” ou lhe execute em privado um quarteto de Mozart.
Nesta ordem de ideias, para quê fazer obras num vetusto e arcaico edifício com 170 anos de idade, o Conservatório Nacional? E a que propósito uma instituição privadíssima como a Fundação Gulbenkian deverá sustentar uns quantos bailarinos que se revolteiam num palco, sabe-se lá com que fins?
Para isso de músicas e danças, está por aí quem melhor saiba de ambos os misteres. Pelo Ministério da Cultura, consta que os assessores estudam colocação de voz, enquanto os administradores da Gulbenkian experimentam sapatilhas para ensaiar a “Morte do Cisne”…
Falando a sério: creio que nem o truculento “madeirense” ousaria tais atrocidades.