domingo, maio 08, 2005

8 de Maio


Paz, poeta e pombas

A Paz viajou em busca da silêncio
Sitiou Berlim
Abdicou em Londres
A Paz saltou dos olhos do poeta
Atacada de psicose maniaco-depressiva

Foi nessa altura que as pombas
Solicitaram nas agências as tarifas
Mas não viram mais o poeta
Que gozava na Suiça
Duma licença graciosa

A Paz saiu aos saltos para a rua
Comeu mostarda
Bebeu sangria
A Paz sentou-se em cima duma grua
Atacada de astenia

Foi nessa altura que as pombas
Solicitaram nas agências as tarifas
Mas não viram mais o poeta
Que gozava na Suiça
Duma licença graciosa.

(Zeca Afonso)

2 Opiniões:

Anonymous Anónimo opinou...

Guida, obrigada por me teres dado a ler este poema do Zeca, de que gosto tanto e não 'ouvia' há muito! - um beijo, IO.

domingo mai. 08, 11:28:00 da tarde  
Blogger MonteMaior opinou...

Este é mais um dos belos poemas, e dos menos conhecidos, do grande poeta Zeca Afonso.

domingo mai. 08, 11:47:00 da tarde  

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