terça-feira, maio 10, 2005


O Ivo Ferreira foi libertado! Não era sem tempo. Um abraço solidário para ele e para o papá Cândido.

12 Opiniões:

Anonymous Anónimo opinou...

E que Freitas do Amaral escute o Ivo, quando ele implorou que o MNE informe todos os turistas onde não se pode fumar ganzas, beber bebidas alcoólicas na via pública, entrar de cuecas numa igreja, apalpar rabos de senhoras a caminho da esplanada, fazer nudismo nos jardins públicos, dar porrada na namorada, mexer nas peças dos museus, essas coisas que países esquisitos têm nas suas estúpidas leis. É que uma pessoa sai da civilização para a barbárie para fazer o bem e defender os pobres e oprimidos e depois sujeita-se a chatices e a clemências. Ai como se gasta solidariedade tão mal gasta... E tão precisa, tão necessária, tão urgente. João Tunes

sexta mai. 13, 03:25:00 da tarde  
Anonymous Anónimo opinou...

Tanto mais que o Ivo fumou a ganza sem se aperceber, estava distraído.

sexta mai. 13, 06:09:00 da tarde  
Blogger Margarida Bonvalot opinou...

Bom, não ouvi que recados o Ivo Ferreira terá mandado ao MNE... Mas "só" por uma uma ganza, pusessem-no no avião de regresso, ou pelo menos em cima de um camelo!
De qualquer modo também defendo que "em Roma se seja romano" - neste caso Roma fica no Dubai - e se cumpram as leis do país.

sexta mai. 13, 06:45:00 da tarde  
Anonymous Anónimo opinou...

Ó Guida, eu também não ouvi os "recados" mas li-os no jornal direitinhos da sua retumbante conferência de imprensa no regresso do "herói". Beijo. João Tunes

sexta mai. 13, 06:58:00 da tarde  
Anonymous Anónimo opinou...

No regresso do "herói": boa, boa!

sexta mai. 13, 07:34:00 da tarde  
Blogger Margarida Bonvalot opinou...

Mesmo sem ter ouvido, visto ou lido (por falta de tempo) as declarações do "menino" Ivo, dou a mão palmatória perante os argumentos bem fundadamentados do meu amigo João Tunes. Vai daí, da solidariedade enunciada fica apenas metade, para o Cândido Ferreira, que suponho não ter culpas nos desvarios da cria.

sexta mai. 13, 09:55:00 da tarde  
Blogger Carlos Gil opinou...

Ainda bem que terminou bem. Tanta asneira que li, tanto fundamentalismo, tanta insensatez.
É por estas que tenho MEDO dos referendos. Um referendo à pena de morte, em Pt, tenho MEDO de pensar que o resultado... seria imprevisível. Uma 'ganza', uma grama (pesada e repesada) do narcótico mais leve, e tanto virar de costas, tantos punhos de ira erguidos... Se ele fosse, exemplo, soldado no Iraque e fosse feito prisioneiro pelos degoladores... novamente tenho MEDO de pensar no que (teria) de ouvir. Estive em silêncio até agora, a ler, e também a sofrer. Não pelo Ivo, pelas palavras que li, dos que conheço. Sofri com esta estupidez dum puto, sofri com este esquecimentos de que... já fomos todos putos, noutro tempo. Não estou a defender 'lagalizações', nada disso. Nessa matéria e em tantas, como todos preciso de esclarecimentos, de debates. Mas o que não necessito com certeza é de assistir a julgamentos populares por... uma 'ganza'. Não se tome a nuvem pelo outro, por favor, senão a névoa cega-nos. Desculpa o desabafo Guida. Foi aqui, no teu, deveria ter sido no meu. Mas ando com uma relação 'esquisita' de amor-ódio com ele e não consigo lá escrever, solto, pena direita e não curvada. Há-de passar. Engretanto... desculpa o abuso, saio já. Um beijo (não é do Frei, é do Carlos que ainda se lembra de ter sido puto e às vezes gosta de fazer de conta que ainda o é)

sábado mai. 14, 04:31:00 da manhã  
Blogger Margarida Bonvalot opinou...

Carlos: Dou-te igualmente razão e partilho a tua raiva por tanto fundamentalismo, seja no Dubai, nos EUA ou em Portugal. Há asneiras e asneiras. De todos os tamanhos e para todos os gostos legais. Destas não fiz, seriam outras, mas sei que os meus filhos rapazes também as fizeram. À sua maneira, com exageros ou sem eles. Doer-me-ia que lhes acontecesse o mesmo que ao Ivo, mas penso que lhes serviria de emenda e não viriam clamar medidas de esclarecimento por parte do MNE. Daí, eu restringir a minha solidariedade ao Cândido, o pai. Abraço grande para ti.

sábado mai. 14, 04:45:00 da manhã  
Anonymous Anónimo opinou...

Com 29 anos, puto? Okey.

sábado mai. 14, 12:02:00 da tarde  
Anonymous Anónimo opinou...

Caro Carlos, vamos lá entender-nos um pouco aqui que é casa amiga de ambos e por isso podemos usar à vontade as suas serventias. É evidente que, segundo os nossos critérios, a penalização do charro do Ivo é uma supina estupidez. Mas, há aspectos que peço que ilumines com o holofote do teu critério: 1) Qualquer país soberano tem a soberania de definir os limites dos seus conceitos de transgressão (Portugal não tem de ter os critérios do Dubai, Dubai não tem de ter os critérios de Portugal, e por aí fora); 2) Qualquer cidadão quando põe os pés num outro país tem (!!!) que respeitar as leis desse país (como em nossas casas, usamos os nossos critérios limite para o comportamento das nossas visitas) (eu gosto de beber o meu copinho, nas vezes que estive na Líbia sabia que era lá proibido o consumo de bebidas alcoolócas e passíveis de prisão, não imaginas como me custou a abstinência, mas não bebi e se resolvesse beber receberia com dignidade, sem pedido de indulgência, a minha transgressão, porque não quero que me considerem irresponsável e por respeito à soberania do país onde tinha metido os meus pés de estrangeiro) ; 3) Eu não sou contra a transgressão (até porque tenho uma atracção quase fatal pela transgressão) mas o direito a transgredir pressupõe aguentar com as consequências da transgressão, caso contrário, em vez de um transgressor teremos um irresponsável ou um inimputável; 4) O Ivo não foi maltratado, respondeu num processo judicial por infracção confessada e considerado correctamente organizado, teve apoio jurídico e diplomático, foi indultado antes da sentença, dizem os diplomatas que o relacionamento entre países saíu beneficiado e aumentou o prestígio de Portugal na região. 5) No meu entender, o Ivo teve um apoio e uma "solidariedade" condizente com o seu status bem como o tipo de infracção considerada benigna (nos nossos critérios) e tenho todas as certezas que o mesmo não se verificaria num caso,por exemplo, de exploração, mesmo que muito grave, de um trabalhador manual e tb nosso cidadão. 6) As declarações do Ivo após a sua libertação são, no meu entender, elitistas e inadmissíveis num viajante experimentado e com idade adulta (29 anos não são 17 anos) - transferiu o problema que criou para um nível de exigência inadmissível - que o MNE proporcione informação de luxo sobre os países que um ilustre viajante queira visitar e esta transferência de assunção de responsabilidade é tanto mais inadmissível quando o Ivo afirmara anteriormente que ele sabia perfeitamente e de antemão que era punido por lei fumar ganzas no Dubai. Assim, o comportamento do Ivo não é, julgo não ser, o de um transgressor mas de um adulto armado em menino mimado com direito à irresponsabilidade. Podes dicordar (porque não havias de discordar?) mas achas mesmo que isto é "fundamentalismo" e "julgamento popular"? Abraço. João Tunes

sábado mai. 14, 07:14:00 da tarde  
Blogger Carlos Gil opinou...

Sabes João, o meu 'lamento' acima nem era bem contigo, embora não tenha gostado do teu post. É que há que ralitivizar as coisas. E tenho de esclarecer desde já que não vi uma única imagem televisiva da chegada 'triunfal' do Ivo, até porque fartei-me da gritaria dos media. Mas li tanta parvoíce, tanto fundamentalismo (repito-o) que pensava para comigo: no Dubai a pena máxima pelo charro é 5 anos, a correr tudo mal ele 'come-os' e isto é assim aqui, no SEU país onde tal infracção é punida por contra-ordenação pois em verdade se anuia que trata-se de uma infracção pouco grave na cultura da nossa sociedade. Claro que ele não leu o cód. penal do Dubai antes de enrolar o charro, e claro que ele sabia intuitivamente que, cá, lá, ou na China, fumar charros é proibido. Claro. Mas não é um traficante (uma grama!), não é um parasita social. É um puto, com 29 anos mas é um puto pelo comportamento de puto. Eu tenho 50 e deixei de fumar 'charros' mais ou menos na idade dele - hoje olho para trás e acho que eu era um puto.
Sabemos, infelizmente, que as leis islâmicas são terríveis, sabemos também que grassa por lá uma forte onda social anti ocidental. Não interessa agora as causas, não é de políticas governamentais que se trata, é o acto isolado dum mero cidadão, um ser individual, um 'puto' na minha óptica. Quando li "5 anos" eu receei o pior. Sim, e aí sofri pelo gaúdio que li, os julgamentos populares que já se rogozijavam até na antevisão da pena, da justiça da mesma, do pleno merecer dela pelo infractor. Um charro.
Vou dizer-te uma coisa João. O meu filho Miguel, 23 anos feitos à dias, tem dupla nacionalidade luso-americana. Como talvez saibas ele foi viver para os USA. Ontem à noite telefonou-me, tinha acabado a recruta. Evidentemente contra a minha opinião inscreveu-se como voluntário para a 'Navy' (não Marines, pessoal técnico). Na 3ª "jura bandeira" e na 6ª estará em Fort Lauderdale para saber em que navio embarca. Ele vai para os p-aviões, não sei em que esquadra, por isso acredito (preciso disso, preciso) que estará os 4 anos imune à guerra dura. Os barcos não estão sempre no mar, e nos portos ele será como os outros, terá sede de terra, farto de água. Pela lógica irá para as esq. que estão no Médio Oriente, ie, Iraque. O meu puto não fuma charros, até nem bebe álcool. Só quer aprender uma profissão que lhe permita olhar o futuro de forma mais optimista, o que cá em Pt já tinha percebido que era muito difícil. Fez uma má escolha, disse-lho, ele insistiu, eu como pai resta-me apoiá-lo, sempre. Sempre. Sempre.
Não escrevo mais nada sobre isto, já foi demais. Fico com o meu medo dos fundamentalismos, agora revelado o acréscimo da razão pessoal, mas que não influi na minha convicção de que ninguém deve sofrer pena superior à do crime provadamente cometido. Um abraço João, reitero que não pensava em ti e no teu post quando aqui escrevi. Melhor explicado: não gostei dele, mas agoniei-me foi com outros e não era assim tão difícil lê-los: a insensatez voou livre no caso do Ivo. Começando nele, propagou-se, era um mero charro, tenho medo se for por outra coisa.

domingo mai. 15, 02:29:00 da tarde  
Anonymous Anónimo opinou...

Carlos,percebo e respeito as motivações da tua posição. Porque tem uma história, ou várias histórias, dentro, que as determinam. E quem sou eu para contrariar uma posição motivada pela emoção da memória da "sua" transgressão ou dos riscos da carne da sua carne? Nada, até porque arrasto a minha história de transgressões que só me deram gozo na exacta medida em que iria (queria, melhor dizendo) suportar-lhe as consequências, repelindo, como insulto, as indulgências ou benevolências. E quando se estabelecer o direito à transgressão sem riscos, então qualquer um é transgressor e a transgressão perde os únicos acicates que são os do desafio e do risco (será como tourear um touro amarrado com cordas, com a certeza que não há risco de cornada). Serei pois de outra "família" - a família dos transgressores que NÃO procuraram passar à margem, desculpando-se por estarem na margem, invocando direitos de margem, impunidade da margem. À maior parte das questões que coloquei não as rebateste, talvez por falta de merecimento. Ou porque as achaste normativas e sociais, opressivas portanto. Ou, ainda, critérios de classe a que tens direito de ser alheio e que não aceitam, e eu não aceito, doendo como o caraças, que um nosso trabalhador escravizado no estrangeiro tenha menor atenção diplomática que um intelectual despassarado em turismo pelo Dubai. Preferiste justificar-te pela tua história e, a isso, só comento que felizmente tu és uma pessoa de bem. Mas temo que o critério, o mesmo critério, o de cada qual se justificar com "a sua história" leve a situações bem desagradáveis quando pessoas que não são de bem, algumas de mal, até de mal profundo, reivindiquem o direito ao mesmo critério, por exemplo Le Pen ou os fundamentalistas islâmicos ou os bispos de Timor ou o padre Domingos Oliveira de Lordelo do Douro ("eles" também têm as suas histórias - os traumas da perda da "Argélia Francesa", a dor causada pelas Cruzadas Cristãs e o mito de Saladino, a educação nos Seminários). Abraço. João Tunes

domingo mai. 15, 11:17:00 da tarde  

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