"Vestígios Árabes"
"Não sei quantos poentes decorreram desde que a civilização árabe nos deixou.
"Entre temperaturas mais ou menos agrestes, o galope do tempo não pára e com ele tudo gira transportando a imaginação para Mil e uma Noites de sonhos reais, testemunhados por oliveiras quase milenares e pedras da mesma idade pertencendo a monumentos que ainda restam dessa civilização. Este rasto jamais se apagará. Neste património cultural é a lâmpada de Aladino que ilumina as noites longas e escuras, oferecendo-nos coragem para enfrentar o futuro. Também ela terá iluminado a cisterna que lá no cimo da muralha se mostra. Foi em tempos a reserva de água, que ao transbordar nas bicas, entoa a canção da esperança e da vida.
"São inúmeras as palavras árabes que integram o nosso vocabulário. Não sei quantos ALgarismos serão necessários para as descrever.
"É impossível deixar de referir a importância da nora, esse engenho trazido pêlos árabes e que ofereceu forte desenvolvimento à agricultura da época.
"De salientar a porta das três ALdrabas*, com duplas funções e destinadas ao homem, à mulher e à criança.
"Ainda o ALforge que pela sua utilidade nos serve para guardar nas suas grandes ALgibeiras as lendas que neste lugar se contam, tal como a bela moura encantada que saí da Torre do Anjo e vem passear pêlos olivais antigos, seus conhecidos, em noites de lua cheia e ainda a lenda das arcas, uma delas contendo a felicidade e a outra o inverso da primeira. Podem talvez estar junto ao Palácio dos ALcaides, no nosso imaginário.
"Não posso terminar sem referir que o morabito aqui representado, com a sua cúpula branca, está construído há centenas de anos e situado perto de Montemor. A sua representação está simplificada tal como seria na sua forma primitiva.
"Gostaria de me ver aconchegada no seu interior, a ALcatifa e a ALmofada seriam bem vindas para nelas repousar o espírito.
"Como curiosidade, os meus avós e outros familiares muito chegados e eu mesma, vivemos nessa casa com traços árabes, durante muitos anos, por isso o meu carinho, aqui bem patente.
•Estudo efectuado pelo poeta e antropólogo Dr. LUÍS F. Maçarico
Isabel Aldinhas"
1 Opiniões:
Que cores lindas que foram utilizadas. Gostei muito deste post, mesmo muito!
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