terça-feira, dezembro 28, 2004

Florbela Espanca




Da minha janela
Mar alto! Ondas quebradas e vencidas
Num soluçar aflito e murmurado...
Ovo de gaivotas, leve, imaculado,
Como neves nos píncaros nascidas!
Sol! Ave a tombar, asas já feridas,
Batendo ainda num arfar pausado...
Ó meu doce poente torturado
Rezo-te em mim, chorando, mãos erguidas!
Meu verso de Samain cheio de graça,
Inda não és clarão já és luar
Como branco lilás que se desfaça!
Amor! teu coração trago-o no peito...
Pulsa dentro de mim como este mar
Num beijo eterno, assim, nunca desfeito!...

1 Opiniões:

Anonymous Anónimo opinou...

Já tinha saudades de ler este poema.
maravilhoso.
Obrigada por o teres trazido.

terça dez. 28, 11:34:00 da manhã  

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