segunda-feira, setembro 13, 2004

Palestina



Palestina, por Adalberto Alves

Podem pisar-te como à erva ruim
E dizer que essa terra não é tua,
Podem matar os teus, sacrificar-te,
Pretendendo que o teu reino é o da lua,

Podem forças obscuras conjurar-se
P'ra roubar o que desde sempre te cabia,
Podem queimar-te e arrasar-te
Mas não negar a luz do dia.

Podem erguer um muro de mentira
Para deter os ventos do deserto
Mas eles amam-te e são teus
Sempre voltarão e hão-de ficar perto.

Teus filhos hão-de saber salvar-te,
Terra mártir, altiva e beduína,
E a meiga pomba da paz e da alegria
Pousará, de novo, em ti, Ó Palestina.

(Este poema foi lido pela primeira vez durante a Exposição Cultural Palestiniana levada a cabo em Beja, pela respectiva Câmara Municipal e pela Representação da OLP em Portugal, em 11 de Julho de 1986. O autor é poeta tendo-se dedicado ao estudo e tradução da poesia árabe clássica. )