segunda-feira, setembro 13, 2004

As taxas na saúde

Acerca deste tema e de outros no mesmo contexto, apetece-me falar de Minsk, na Bielossússia. Estive lá há dezanove anos, ainda era a URSS, embora já em plena glasnost. Do programa da estadia fazia parte a visita a um hospital que na altura já possuía o mais avançado, a nível mundial, Centro de Hemodiálise. À vista dos europeus ocidentais, o hospital tinha aquele ar “pobrezinho” ou “remediado”. As enfermeiras, apesar de vestidas de branco impecável, envergavam umas fardamentas que poderiam ser tudo menos “uniformes”. Cada bata ou avental era de um modelo diverso de qualquer outro e com ar bastante usado. As meias e sapatos que calçavam pareciam herança da Florence Nightingale. Os médicos tinham sensivelmente o mesmo aspecto impecavelmente asseado, mas lastimoso. Claro que isto me impressionou e não posso dizer que bem. Mas em conversa com outros companheiros de viagem - devo salientar que de convicções políticas bem diversas das minhas... - todos chegámos à conclusão de que esses seriam pormenores de somenos importância se comparados com a elevadíssima qualidade de serviços prestados na unidade hospitalar. E nesses idos de 1985 ainda a saúde era gratuita na então URSS...
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