sexta-feira, agosto 20, 2004

Um cheiro a rosmaninho

SEXTA-FEIRA, JULHO 30, 2004

E assim, sem mais nem menos, lembrei-me das Beiras e Trás-os-Montes, três meses atrás.
Fiquei com vontade de lá voltar...


SORTELHA

Nos rostos, como nas casas,
trazem as rugas sem tempo
cavadas pela memória.
Fazem cestinhas e rendas,
enfeitam a nossa vinda
com a vida que lhes resta.
Contam histórias dos avós,
de castelos encantados
de serpentes feiticeiras…
- Adeus, até pró ano!
- Pró ano, ai menina,
já cá não estou…

26.Abril.2004



TERRA DE TÃO LONGE


Não há mundo que se acabe
nesta terra de tão longe…

Enquanto houver manhãs claras,
giestas entre os penhascos,
burricos trotando ao sol,
vento norte lancinante,
bailadores, tamborileiros,
cantadores, gaitas de foles,
um galo no seu poleiro,

por trás de todos os montes
sempre andará um poeta
pintando em todas a cores
um remoinho inquieto,
uma seara de esforço,
um alento que não verga!

Sempre haverá contadores
de estórias dos seus avós,
nesta terra de tão longe
aqui tão perto de nós.

(obrigada, Elisa. Obrigada, Martín)
Miranda do Douro, 2.Maio.2004