terça-feira, outubro 05, 2004

Natália Correia



De mãos dadas com o sonho me extravio
Em alma ardente com asas incivis.
Da rebeldia faço o meu navio
E parto para um corpo mais feliz.

Arvoro o pavilhão do desafio,
Falo com a liberdade e ela me diz
Que à morte deixe o osso inerte e frio
E beba a vida dos ramos à raiz.

Mas ó sarcasmo da humana condição!
O mundo é mais que eu. Libertação?
O fado soberano a circunscreve.

De mim se conta o libertário gesto?
É o falso brilho da ilusão que empresto
Ao fim mesquinho de uma história breve.