Andando por aí, "desencantei" na minha estante esta belíssima obra: SUBSÍDIO PARA O CANCIONEIRO POPULAR DO BAIXO ALENTEJO, recolha e notas de Manuel Joaquim Delgado. Entre milhares de quadras, escolhi estas, e não resisti ao dialecto barranquenho:
Ê fui a labá'ao barrâncu,
Me' ehqueceu du açabão;
Lava-mi cõ água dê roza',
Me ficô u xêru na mão.
(Barrancos)
O rouxinol, quando canta,
Vai cantar à minha horta,
Põe o pé na mejironda
E o bico na catrinota.
(Alvalade)
Umas botas caneleiras,
Uma esteira de atabua,
Uma manta retalheira,
Toda a noite o homem sua.
(Mina da Juliana - Aljustrel)
Dí um ai antre dous montes,
Responderom-m'as montanhas:
Ai de mim qu'ê já não posso
Com saudades tamanhas.
(Quintos)
Quando paçareh pú'u ádru,
Nu dia du mê entrerru,
Dí Z à terra que não gáhti
Ah trânçah du mê cavêlu.
(Barrancos)
As raparigas d'hoje em dia
Não comem senão almece
Bom sapato e boa meia,
A barriga é que padece.
(Messejana)
Aqui e aqui há mais...
1 Opiniões:
lindo! : )
eu e este blog, foi amor á primeira vista!
e isso é muito bonito...
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