sexta-feira, maio 27, 2005

Feira do Livro

livros
Todos os anos digo que não vou, invocando os mais diversos argumentos, na FNAC são ao mesmo preço da Feira, e com a vantagem acrescida de haver menos confusão, menos gente, menos calor. Mas todos os anos lá volto, com uma lista do que supostamente irei comprar e mais uns trocos para as surpresas. E todos os anos venho de lá cada vez menos animada com o que vejo. Os títulos mais sonantes, os que mais luzem nos escaparates e bancadas, encontro-os no meu supermercado habitual. Ou seja, num universo dominado por Paulos Coelhos, Jackies Collins, Robins Cooks, Rebelos Pintos e outros de que agora não me lembro, mas que se vendem ou nenhum editor apostaria neles, lá aparecem nos seus guetos, ou muito diluídos no meio dos restantes, os Saramagos, Lobos Antunes, Mias Coutos, Isabeis Allendes, ou seja, com mais uns quantos por companhia, aqueles que habitualmente se perfilam nas estantes cá de casa, depois de devidamente lidos e fruídos, ou aguardando a sua vez de o virem a ser.
(Parece haver editoras que não se preocupam já com a noção do livro<>cultura, mas sim do livro<>hamburguer. Consome-se só por consumir, é leve, não incomoda, é de fácil digestão. E alguns deles ainda trazem escarrapachada a recomendação abalizada de gurus fossilizados num certo meio dito intelectual, mais que suficiente para que sejam dados à estampa.E quanto a novidades, muito poucas.)
Chega de mal dizer. A verdade é que, também desta vez, lá trouxe mais ou menos o que queria, e ainda os tais que se descobrem no meio das prateleiras laterais, entre as sobras de há vinte anos. Depois, gosto de parar algures para os folhear, lhes absorver o cheiro, antecipar a leitura.
Para o ano hás mais...