VI Encontro de Poetas em Alpedrinha
No regaço acolhedor da Gardunha, os poetas ergueram a voz e os poemas fluiram. Entre a exuberância da Rosa Dias e a filligrana da Conceição Baleizão, quem tinha a dizer, disse. A Cristina, a Paula Lucas - pelas vozes do Luis e da Cristina -, a Margarida. A friagem da serra atenuou-se com o calor das palavras, com o agrado da assistência... e com a lareira lá no canto.
E o Luis Maçarico apresentou a obra guardada na gaveta há doze anos. As palavras introdutórias da São e o lindíssimo design escolhido pela Marta Barata completaram o deslumbramento.
Noite de prodígios, conversas junto à lareira, filhozes e geropiga, solta pela madrugada adiante. Até o cansaço nos vencer.
mmmUm chá de longe
mmmA flor de jasmim
mmmÉ agora uma pequena mancha
mmmDe células descoloridas, murchas
mmmHá uma gramática
mmmDe ausência nesse vulto
mmmQue repousa entre a memória
mmmE uma cerâmica de Nabeul.
mmmEmbalando o corpo, poiso na mesa
mmmUm chá de longe enquanto
mmmA nuvem de pombos atravessa
mmmO domingo e o "Adágio"
mmmDe Albinoni...
2 Opiniões:
Hoje é o dia das boas surpresas. Saravá Guida, pela notícia, pelo relato simpático, pela capa do livro, da autoria de Abílio Febra e pelo poema. Saravá, DIVA!!!
Este texto fez reviver uma saudade antiga de "poetizar" no miradouro do Alto de Santa Catarina com um amigo de longa data - que o tempo acabou por fazer afastar-nos.
Falava-me de Alpedrinha com tanta ternura que revi no teu texto, Margarida, o sorriso bonheicharão do nosso amigo.
Que pena ainda não vos ter encontrado em Alpedrinha... ou mesmo por aqui, nas calçadas, vielas, avenidas e cais de Lisboa.
Ao amigo prometo continuara a lavrar as palavras, como um dia me desafiou.
A ti, margarida obrigado pelos textos e o suporte.
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